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Toxicidade.

Valores de concentração da morfina na corrente sanguínea

 

 

Terapêuticos/normais : 1-7µg/dL [3]

 

Tóxicos – 10-100 µg/dL [3]

 

Letais – superiores a 400 µg/dL [3]

Em doses normais os efeitos mais comuns são náuseas, vómitos, obstipação, sonolência e confusão. Como resultado da toxicidade da morfina, os efeitos mais comuns são depressão respiratória, que progride para letargia ou coma, flacidez muscular, pele fria e húmida, miose (embora, ocorra midríase devido à hipoxia severa em condições de overdose), por vezes edema pulmonar, bradicardia, hipotensão, podendo mesmo levar a morte. [3]

 

 

Devido ao papel central do fígado e dos rins no metabolismo da morfina, estes estão predispostos para a toxicidade,  como resultado do aumento dos níveis de ALT, AST e LDH, a nível hepático, enquanto a nível renal, surge danos como mineralização cortico-medular e deposição de minerais/cristais na região intertubular. Já em pacientes com disfunção renal e hepática pode haver um prolongamento da duração de ação e efeitos acumulativos, provocando nefrotoxicidade e hepatotoxicidade, levando a que ocorra icterícia, choque séptico ou eclampsia. [17][3]

 

 

Depressão respiratória ocorre mesmo em pacientes que tomam doses terapêuticas, mas não é relevante em pacientes com capacidade respiratória normal. No entanto, em pacientes idosos, debilitados e naqueles que sofrem de doenças acompanhadas por hipoxia ou hipercapnia, mesmo quando as doses terapêuticas não são ultrapassadas, a depressão respiratória resultante pode ser motivo de preocupação. Isto verifica-se pois ocorre uma diminuição da respiração, enquanto a resistência das vias respiratórias aumenta.[3]

 

 

No SNC, pode provocar efeitos como tonturas, distúrbios visuais, depressão e confusão mental, sedação, coma, euforia, disforia, fraqueza, desmaios e insónia, entre outros.[3]

 

 

 

Em pacientes que sofreram enfarte do miocárdio, pode existir uma diminuição da resistência do sistema vascular, levando à diminuição da pressão arterial, bem como em indivíduos que tenham problemas pré-existentes no controlo da pressão arterial, provocando hipotensão severa.[3]

 

 

Relativamente ao trato gastrointestinal, os efeitos mais comuns incluem náuseas, vómitos e obstipação. Mas ocorre também, a diminuição da secreção de ácido clorídrico, o que aumenta o tônus da porção inicial do estômago e do duodeno, tornando a passagem do conteúdo gástrico pelo duodeno mais lenta (até 12 horas) e a absorção de substâncias administradas oralmente é atrasada. Já em pacientes com colite ulcerosa crónica, a morfina pode estimular a motilidade do colón.[3]

 

 

Os agonistas opióides levam ao aumento do tónus muscular do trato urinário e induzem espasmos. O que leva a que na bexiga, o tónus do músculo detrusor aumente, induzindo urgência urinária. Ao mesmo tempo ocorre aumento do tónus do esfíncter vesical, o que pode tornar difícil a micção. Conjuntamente com a libertação de vasopressina, que é provocada pela morfina, pode ocorrer oligúria. [3]

 

 

Agonistas opióides podem levar ao aumento da pressão no trato biliar, resultando em espasmos e cólicas biliares, acompanhadas do aumento da concentração plasmática de amílase e lípase. [3]

 

 

A libertação de histamina também é provada pela morfina, produzindo vermelhidão, suores e urticária, embora reações verdadeiramente anafiláticas sejam raras.[3]

 

 

A morfina provoca a diminuição ou inibição do fluxo salivar, contribuindo para o desenvolvimento de cáries, doença periodontal e candidíase oral. [3]

 

 

Dependentes crónicos da morfina e a sua descendência apresentam maior probabilidade de exibir dano cromossómico. A morfina induz mutações cromossomais nos linfócitos humanos, tendo sido obtidas provas da sua mutagenecidade in vitro para células T humanas, o que acaba por levar à degradação do DNA. [3]

 

 

Os efeitos teratogénicos ainda não são bem conhecidos, por isso mesmo a administração em grávidas ou mulheres que pensam engravidar, deve ser feita com precaução, uma vez que a morfina tem a capacidade de  atravessar a barreira placentária. [3]

 

 

Em doses terapêuticas pode prolongar o parto, e além disso, o bebé pode demonstrar depressão respiratória, mesmo que esta não se verifique na mãe. Também é possível que, como resultado da toma pela mãe de agonistas opióides antes do parto, o bebé apresente dependência física, o que provoca sinais de abstinência (nos  primeiros 4 dias de vida) como: irritabilidade, choro excessivo, tremores, reflexos hiperativos, respiração rápida, vómitos e febre, entre outros. [3]

 

 

Durante o aleitamento, também é necessário ter prudência, pois o fármaco pode ser distribuído no leite materno. [3]

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